A taxa de inflação em Portugal voltou a abrandar em novembro, situando-se num patamar inferior a 2%, abaixo do objetivo de referência do Banco Central Europeu (BCE) para assegurar a estabilidade de preços no conjunto da zona euro.
A taxa de variação do índice de preços no consumidor em novembro de este ano face ao mesmo mês do ano anterior foi de 1,6%, segundo a primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), ou seja, o índice de preços em novembro deste ano está 1,6% acima do valor de há um ano atrás. Em outubro, a taxa estava nos 2,3% e nos cinco meses anteriores entre os 3% e os 4%.
Quanto ao indicador que permite fazer comparações a nível europeu, com outros países da zona euro, a inflação encontra-se, no entanto, ainda acima dos 2%. De acordo com o INE, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) registou uma variação homóloga de 2,3%, o que apresenta uma desaceleração face aos 3,2% de outubro face ao outubro de 2022.
O principal contributo para esta desaceleração na inflação do país (2,1% em outubro para 1,6% em novembro), deve-se a um efeito de base associado ao aumento mensal de preços registado nos produtos alimentares no último mês (0,4%) ter sido inferior ao que se verificou em novembro de 2022 (1,7%). O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 2,9% (3,5% no mês anterior). A variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para –12,4% (-12,0% em outubro) e o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá desacelerado para 3,5% (face aos 4,0% no mês precedente).
Na zona euro, a taxa de inflação também desacelerou em novembro. Em outubro, situava-se nos 2,9%, passando para 2,4% em novembro, encontrando-se próxima do objetivo de estabilidade de preços fixado pelo BCE para o médio prazo (abaixo dos 2%).
Na maior economia europeia, a Alemanha, registou-se também um abrandamento, com a taxa de variação do índice de preços no consumidor a passar para os 2,3%. Em França, a segunda maior economia da zona euro, a inflação é de 3,8%. Em Itália abaixo de 1% (passou para 0,7%) e em Espanha também desacelerou para 3,2%.
A Eslováquia destaca-se como o país com a taxa de inflação mais alta (6,9%), seguida da Eslovénia e da Croácia (ambos com uma inflação de 5,5%). Destacados pela positiva temos a Bélgica, que registou uma deflação de 0,7%, ou seja, verificou-se um decréscimo generalizado dos preços de 0,7% face ao mesmo mês do ano passado (novembro), a Itália (0,7%) e a Finlândia (0,8%).
Em suma, tanto a União Europeia como os seus estados-membros já demonstram um abrandamento da inflação, resultante da pandemia da COVID-19 e dos recentes conflitos armados, demonstrando que estamos num bom caminho para superar esta crise económica e que a UE é capaz de responder a este tipo de situações.
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