A União Europeia encontra-se num processo de redirecionar os investimentos, de forma a priorizar a defesa em detrimento da sustentabilidade climática, em resposta à guerra na Ucrânia e às restrições financeiras.
Os líderes europeus têm dificuldades para equilibrar os orçamentos nacionais, levando a uma redução significativa no financiamento destinado à inovação dentro do bloco. O fundo comum, planeado para estimular a economia verde, foi reduzido para 1,5 mil milhões de euro, sendo que inicialmente estava planeado 10 mil milhões. Durante os últimos encontros na UE, os líderes políticos concordaram em destinar um valor adicional de 1,5 mil milhões de euros para a defesa, em contraste com a proposta anterior de uma “plataforma de tecnologias estratégicas” no valor de 10 mil milhões de euros, que incluiria investimentos em tecnologias de baixo carbono e investigação científica.
Enquanto isso, o Banco Europeu de Investimento (BEI) está a ser pressionado para financiar mais projetos na indústria do armamento. Apesar da lista de investimentos proibidos incluir equipamentos militares e armamentos, o BEI anunciou recentemente o lançamento de uma “Defence Equity Facility” de €175 milhões para apoiar inovações em tecnologia de defesa e segurança.
Também se está a discutir o financiamento de mais ajuda militar para a Ucrânia, num fundo prioritário individual, designado de Mecanismo Europeu para a Paz. A produção doméstica de munições e outros armamentos tornou-se uma prioridade urgente, com a necessidade de substituir o que foi disponibilizado à Ucrânia até ao momento.
Se por um lado, as necessidades com gastos relacionados com o clima permanecem elevadas, com várias estimativas a sugerir que a redução das emissões de gases com efeito estufa obrigarão a investimentos anuais altos, existe a preocupação que os investimentos na “ecologização” da economia possam diminuir após 2026, quando o fundo de recuperação da UE acabar.
Em suma, esta mudança de prioridades levanta preocupações sobre o compromisso da UE com as metas climáticas e destaca os desafios enfrentados na tentativa de equilibrar as necessidades de defesa e segurança com os objetivos de sustentabilidade e neutralidade ambiental. Enquanto os diplomatas continuam a negociar as regras fiscais e o destino dos investimentos, a Europa enfrenta uma encruzilhada entre segurança e sustentabilidade.
Comments